Durante a evolução humana, o homo sapiens emergiu como caçadores e coletores móveis, dependentes da disponibilidade natural de alimentos. Para isso houve uma série de mudanças anatômicas, metabólicas e  neurais  do  nosso corpo humano para manter a sobrevivência da espécie e sua perpetuação.

Nos tempos de hoje,  com avanço da tecnologia e ciência,  os atletas de elite a cada ano superam seus  recordes. Apesar da nossa capacidade de adaptação a estímulos, isso também acontece devido a estratégias de treinos, tecnologia e inovação de equipamentos com o objetivo de ajudar no aumento do desempenho musculoesquelético, nutrição e suplementação. 

Entretanto, o acesso a todas essas informações se concentra em atletas de elite que disputam medalhas em jogos olímpicos ou nas  federações e equipes que têm recursos  financeiros para investir nesses atletas. Nos 8 bilhões de habitantes, só 5.000 são atletas de elite, o restante inclui sedentários, atletas amadores ou recreacionais que dificilmente têm acesso ou conhecimento de todas as estratégias de treinamento com objetivo de aumentar o desempenho no esporte. 

Nos setores de fisioterapia ortopédica, boa parte das lesões em atletas recreacionais ou amadores está associada a  falha de estratégia de treinamento, nutrição e estilo de vida ruim, levando esses atletas ao overtraining. As lesões durante o esporte também acontecem devido a  falha dos estabilizadores dinâmicos do nosso corpo  que  consequentemente evolui para  lesões articulares  graves e  os impeça de praticar  o seu esporte.  

  Por tanto o objetivo desse texto é educar os leitores que são fãs de esportes a entender o que um atleta  seja ele de elite,  amador ou recreacional precisa  fazer para se ter um excelente desempenho em qualquer modalidade que escolher, seja  futebol, corrida,  triathlon etc… E evitar lesões que possam impedir de treinar. 

 O que um atleta seja  de elite, amador ou recreacional precisa fazer em qualquer preparação para uma modalidade? 

1. Nutrição e auxialiares ergogênicos: A nutrição  no esporte vem ganhando força nos últimos tempos. Já se sabe o que se come antes, durante e depois dos treinos influencia  no desempenho seja para aumentar ou diminuir o rendimento. Os auxiliares ergogênicos são substâncias ou artifícios  utilizados com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo e a recuperação após o exercícios. Quem monta a estrégia de dieta e suplementação são os nutricionistas e nutrólogos. É importante ressaltar que cada atleta precisará de um plano individual  pois cada esporte  irá necessitar de uma capacidade energética. 

2. Treinamento, recuperação e prevenção de lesões:  Nesse requisito fisioterapeutas e educadores físicos caminham juntos para auxiliar o atleta durante as fases de preparação para uma competição. Os princípios gerais do treinamento físico se concentram em três conceitos principais: volume (quanto), intensidade (quão difícil) e frequência (com que frequência). Esses conceitos são incluídos nas quatro fases de preparação: 1) sobrecarga, 2) progressão do treino, 3) especificidade do treino  e 4) reversibilidade (diminuição das cargas de treino antes do evento de competição). O fisioterapeuta tem um papel importante em ajudar o atleta a se recuperar mais rápido após treinos exaustivos e correções na biomecânica do gesto esportivo. 

3. Equipamento e instalações:  é importante sempre procurar equipamentos que vão ajudar a melhorar seu desempenho de acordo com a biomecânica do seu movimento. Cuidado com propagandas de equipamentos, veja se os resultados que o equipamento oferece estão alinhando com as evidências científicas. 

4. Ambiente social e status econômico:  Faça um esporte que te dê prazer e que seja confortável para seu bolso. Tenha sempre uma boa relação de confiança e parceria com seu coach e sua equipe. A família está sempre em primeiro lugar.  Procure sempre entender como seu treino funciona no seu corpo  e porque cada fase é importante. 

5. Sono: Um sono de qualidade influencia e muito no desempenho esportivo. Seja regrado no seu sono, durma e acorde nos mesmos horários todos os dias e  de prioridade para ele na sua rotina. 

6. Cronotipo: Algumas pessoas se sentem mais dispostas de manhã, à tarde ou à noite. Escolham o período de treino que mais vocês sintam disposto, isso vai ajudar a aumentar o seu desempenho. 

7. Predisposição genética e fatores epigenéticos: A condição genética influencia no desempenho do esporte,  algumas pessoas têm aptidão genética a esportes de resistência e outras a força e isso é inerente a qualquer tipo de treino. Entretanto, fatores epigenéticos  como história familiar, estilo de vida e experiências anteriores em outras modalidades podem ajudar na melhora do desempenho. 

8. Motivação, força de vontade, perseverança e percepção corporal são fatores comportamentais que contribuem para o desempenho esportivo

9. Microbiota intestinal: Já se sabe que a microbiota no intestino influencia no sistema neural, metabólico e endócrino e claro que irá impactar no desempenho de um atleta. Para saber mais sobre o texto, toda doença começa no intestino. 

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Referências: 

Regula Furrer; THE MOLECULAR ATHLETE: EXERCISE PHYSIOLOGY FROM MECHANISMS TO MEDALS, Physiol Rev 103: 1693–1787, 2023 First published January 5, 2023; doi:10.1152/physrev.00017.2022