Coper e non-copers são termos utilizados para pessoas que conseguem ter uma vida normal sem o Ligamento Cruzado Anterior (LCA) e os que não conseguem realizar simples atividades, como descer escadas ou andar sem o joelho falsear, respectivamente.
O grupo chamado de “non-copers” compreende a maioria dos atletas com deficiência do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Eles apresentam padrões anormais na marcha e corrida, têm os piores resultados nos testes funcionais dos joelhos e queixam-se de instabilidade. Por outro lado, os atletas classificados como “copers”, em potencial, normalmente têm a força muscular do quadríceps simétrica e podem aprender a estabilizar o joelho com sucesso após a ruptura do LCA, além disso, nos testes funcionais eles apresentam excelentes pontuações.
Como é feito o tratamento da Lesão no Ligamento Cruzado Anterior do Joelho em Atletas?
Para os pacientes que apresentam as características non-coopers, é recomendada a reconstrução cirúrgica que requer um auto enxerto, feito com o tendão patelar ou o tendão dos músculos isquiotibiais (posterior da coxa) da própria pessoa, para substituir o ligamento rompido, onde a substituição é feita por uma artroscopia.
Embora as reconstruções cirúrgicas sejam razoavelmente bem sucedidas para restaurar a estabilidade estática básica do joelho, a função muscular pré-lesão não é totalmente restaurada, o que requer um tratamento fisioterapêutico personalizado para melhorar a função muscular.
Após o procedimento cirúrgico, é observado que esses pacientes apresentam uma persistente inibição, atrofia e fraqueza do quadríceps, que afeta de forma potencialmente negativa a função do joelho. Assim , o tratamento da fraqueza persistente do quadríceps é um elemento importante na reabilitação no pós-cirúrgico.
Um dos desafios dos fisioterapeutas é delinear exercícios de fortalecimento que ofereçam resistência significativa e suficientes para produzir hipertrofia da musculatura do quadríceps sem, simultaneamente, lesionar ou sobrecarregar o material enxertado. Estudos têm mostrado que rupturas de enxertos e lesões contralaterais nos membros variam de 6% a 32% de chances, se a reabilitação não for bem conduzida!
Um guideline da Revista JOSPT sugere 42% de chance de uma segunda lesão devido aos inadequados critérios para determinar a prontidão de um atleta. Com isso, o risco de ruptura do enxerto do LCA é 15% maior do que a ruptura primária, e por isso a importância de um bom protocolo de reabilitação.
Um estudo publicado em 2020, também pela Revista JOSPT, identificou que jovens atletas que voltaram para o esporte extenuante do joelho antes dos 9 meses após a reconstrução do LCA, tinham aproximadamente 3 a 7 vezes a taxa de uma nova lesão, em comparação com aqueles que adiaram o retorno em pelo menos 9 meses.
Além de restaurar a força do quadríceps, é muito importante treinar a força dos músculos isquiotibiais (posterior da coxa), uma vez que impedem a translação anterior da tíbia e funcionam com um “protetor” do LCA. Exercícios excêntricos de isquiotibiais têm se mostrado eficazes em aumentar a relação de forças entre os músculos isquiotibiais e quadríceps.
E aí, curtiu aprender um pouco mais sobre os ligamentos do joelho? Se você é um atleta ou praticante amador de qualquer esporte, fique atento! Tenha cuidado ao praticar exercícios físicos sem o preparo adequado! E se você estiver sofrendo com dores ou conhece alguém que passou por um trauma, eu posso te ajudar!
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Referências :
Erin H. Hartigan, Time Line for Noncopers to Pass Return-to-Sports Criteria After Anterior Cruciate Ligament Reconstruction, journal of orthopaedic & sports physical therapy, volume 40 , number 3, march 2010.
SUSANNE BEISCHER, Young Athletes Who Return to Sport Before 9 Months After Anterior Cruciate Ligament Reconstruction Have a Rate of New Injury 7 Times That of Those Who Delay Return, journal of orthopaedic & sports physical therapy, volume 50 , number 2 , february 2020.
Rafael J. Acevedo : Anterior Cruciate Ligament Injury: Identification
of Risk Factors and Prevention Strategies; Volume 13 & Number 3 & May/June 2014.
Donald A. Neumann: cinesiologia do aparelho musculoesquelético; fundamentos para reabilitação.