Quem nunca sentiu um clique na boca acompanhado de dor ou a sensação de que a mandíbula travou e, para destravar, precisa fazer uma forcinha na boca para abrir?! Algumas pessoas, principalmente mulheres, sinalizam dor na região lateral da face, acompanhado ou não de bruxismo noturno. Essa queixa comum, mas não muito falada, chama-se Disfunção Temporo Mandibular (DTM).
Na região da face temos uma articulação chamada de Articulação Temporomandibular (ATM), localizada anterior ao ouvido, que consiste em osso temporal superior e mandibular inferior na face, que contém um disco intra-articular e seu tecido contrátil são os músculos da mastigação. O termo DTM é a disfunção desta articulação, devido a alterações anatomopatológicas e a dos músculos mastigatórios.
A etiologia da DTM é multidimensional envolvendo fatores como alterações neuromusculares, no movimento da ATM e cervical, além de componentes biopsicossociais. Mas existem 3 principais causa de dor na ATM:
- Disfunção que pode ser tensão ou desequilíbrios dos músculos da mastigação;
- Deslocamento do disco da ATM;
- Artralgia, osteoartrite e osteoartrose da ATM.
Os sintomas mais comuns são dor na região de face, cabeça e pescoço, dificuldade para abrir a boca, e sons articulares (como cliques ou estalidos), acompanhados de dor durante a abertura da boca, com ou sem zumbidos no ouvido. Para o tratamento desta disfunção é necessário que o paciente esteja em acompanhamento com o odontologista e fisioterapeuta, pois alterações da oclusão, bruxismo e outras patologias dentárias podem influenciar na dor orofacial e, além disso, também é importante o acompanhamento com o psicólogo, pois a tensão dos músculos da mastigação tem influência de fatores como ansiedade ou estresse.
A fisioterapia tem um papel central na reabilitação da ATM (articulação temporomandibular), pois o tratamento envolve técnicas de liberação dos músculos da mastigação, da cabeça e da cervical. Com técnicas de terapia manual é possível melhorar a mobilidade da ATM e das articulações da cervical, e exercícios ativos para o controle neuromuscular dos músculos da mastigação, da cervical, complexo do ombro e educação em dor.
REFERÊNCIAS:
– ANNE L. HARRISON, PT, PhD1; A Proposed Diagnostic Classification of Patients With Temporomandibular Disorders: Implications for Physical Therapists. Journal of orthopaedic & sports physical therapy, pg 182, vol 44 , n 3, 2014.
– JENNIFER RENEKER, MSPT, NCS1; Diagnostic Accuracy of Clinical Tests and Signs of Temporomandibular Joint Disorders: A Systematic Review of the Literature. Journal of orthopaedic & sports physical therapy, vol 41, n 6 , 2011.
– Ay¸senur Tuncer; Kinesiology of the temporomandibular joint,; https://doi.org/10.1016/B978-0-12-812162-7.00014-X
